quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

PROJETO ENVOLVENDO PESSOAS

 • Revindicação antiga dos Arquitetos é que o Projeto envolvendo "pessoas" - seja uma feira no Anhembi, uma residência, um "lay-out" das instalações internas de um escritório, uma ponte, uma luminária, uma cidade, um condomínio, um hospital, um edifício comercial ou um móvel - deve ser trabalho exclusivo de Arquiteto!!
O Arquiteto (mesmo!) é um profissional que atende às necessidades do ser humano.
Ninguém no mercado de trabalho é mais orientado para a história do homem (antropologia), para a arte (produzida pelo homem) e os cálculos (estruturas/resistência dos materiais/etc), em estudo constante e profundo.
Trabalhei minha vida toda com engenheiros (em diversos seguimentos), mas sempre orientei os trabalhos para o bem estar físico e psicológico do usuário final fosse o norte.
Vejam como estão os transportes (poltronas minúsculas....), vejam os apartamentos (nem sempre a ventilação e a iluminação são itens relevantes), vejam os intermináveis problemas de trânsito (mortes/atropelamentos) e etc.
Todo o caos urbano que estamos sentindo na pele é resultado somente de uma "coisa": o objetivo final (das intervenções), feitas em todas as instâncias, pela iniciativa privado ou poder público, não é o ser humano.
Precisamos urgentemente "melhorar" os profissionais de arquitetura (sua formação teórica, prática e principalmente ética), pois sua atuação pode resultar em um mundo mais organizado (pelo menos fisicamente).

Jorgina Nello Barbosa

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Qual a melhor solução de esgotamento sanitário?

Há uma tendência mundial de responsabilizar o usuário ou o fabricante pelos lixos produzidos. 
O Brasil não fica atrás e produziu a lei 12305/2010 que trata da Politica Nacional de Resíduos Sólidos.
Importantes urbanistas começam a fomentar a ideia de fazer o mesmo com o esgoto sanitário, ou seja, quem produz o esgoto deve trata-lo e devolver limpo aos rios como é o caso do Arquiteto Jorge Wilheim em entrevista ao programa Roda Viva.

(minuto 28)

O que você acha desta ideia?

Trocar complexos sistemas de esgotamento sanitário com coleta, elevação e tratamento por solução individual do tipo fossa séptica  filtro anaeróbio e sumidouro por exemplo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Pobre arquitetura residencial paulistana

Ontem o convidado do programa Roda Viva, da TV Cultura, foi o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, e eu participei como entrevistadora. Um dos melhores momentos do programa foi quando, perguntado sobre a qualidade dos projetos de arquitetura dos edifícios de São Paulo, Jorge lamentou a perda de uma tradição de projetos de edifícios residenciais notáveis, verdadeiras lições de arquitetura moderna que nos foram legadas por arquitetos como Abrão Sanovicz, Rino Levi, Vilanova Artigas e muitos outros. O trabalho desses arquitetos está entre o que há de melhor na arquitetura moderna brasileira e internacional.
Todos os entrevistadores concordaram. A opinião unânime entre eles é de que hoje não se veem mais projetos como esses na cidade de São Paulo. Infelizmente, o que é valorizado hoje nos edifícios são penduricalhos e traquitanas, como espaço gourmet, espaço zen, ou (pasmem!) pet play, ou seja, playground de cachorro… Tudo acompanhado por um marketing raso que valoriza esses produtos. Aliás, a propaganda abaixo, enviada por uma leitora do blog que assistiu ao programa, ilustra muito bem essa situação grotesca.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=w3kFD5173A0
http://youtu.be/eZtUnzG2dAU

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

DESRESPEITO À FORMAÇÃO PROFISSIONAL


Daniel Amor5 de fevereiro de 2013 10:59
Caros, envio o Editorial do Boletim e-ARQUITETO, NEWLETTERS do SASP-Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo que trata sobre a tragédia de Santa Maria.
Falamos de algo que até agora ninguém deu importância que é a falta de profissionais Arquitetos com atribuições para aprovar e fiscalizar.

EDITORIAL

Consternados ainda com a tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e mesmo sem um laudo pericial, podemos adiantar que um dos principais fatores é o desrespeito à formação profissional. Qualquer um se sente capacitado em projetar e construir, a vida é construída por palpites. E o mais preocupante é que o próprio poder público a quem cabe fiscalizar, não prioriza os investimentos para garantir profissionais capacitados para atender a demanda que uma cidade tem. Nossa memória traz logo dados que levantamos quando participamos da Campanha Nacional dos Planos Diretores Participativos em 2005 e 2006. Praticamente a metade dos municípios paulistas não tinha nos seus quadros de funcionários arquitetos. Esse número foi confirmado quando o CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo divulgou os primeiros resultados dos cruzamentos de dados recolhidos no cadastramento de profissionais de Arquitetura e Urbanismo. Mais de 30% dos municípios paulistas e brasileiros não têm sequer um arquiteto e urbanista residindo no seu território que dirá trabalhando na Prefeitura. Isto ocorre em São Paulo, imaginem no resto do País. Diante deste novo caso de descaso na cidade de Santa Maria, podemos questionar quem são os "técnicos" que fazem e que aprovavam os projetos nessa cidade? E quem fiscaliza? Tinham atribuição profissional para fazer isso? Temos dois Conselhos para atuar nessa fiscalização, alem do Corpo de Bombeiros, que não fiscaliza, só aprova. Reconhecemos que as entidades locais de arquitetos e urbanistas foram ágeis. O Conselho dos Arquitetos e Urbanistas do Rio Grande do Sul divulgou logo um comunicado informando as providências tomadas e de imediato se deslocaram até Santa Maria logo pela manhã de domingo para verificar a situação junto aos órgãos públicos que pudessem envolver os profissionais arquitetos e urbanistas da cidade. E lá conseguiram verificar que não existia RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) de Arquiteto e Urbanista. O SAERGS – Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul, filiado a FNA - Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, também prontamente divulgou comunicado informando sobre como proceder para obter informações oficiais e como colaborar doando sangue e prestando solidariedade. Entendemos que os colegas arquitetos e urbanistas que têm na sua atuação uma forte vocação social se comportaram conscientemente dentro do que estava ao alcance deles para atender a demanda da sociedade. Infelizmente, precisou uma tragédia para se retomar publicamente uma discussão tão presente no dia a dia do SASP e da FNA e histórica entre as entidades de arquitetos. Destinar recursos públicos para a contratação de um profissional arquiteto e urbanista não é despesa. É, sim, investir na construção de cidades com qualidade e segurança. Profissionais que estão capacitados para não só projetar e construir espaços bonitos e seguros, mas também contribuir na elaboração da legislação e controle do espaço urbano. Cabe aos governantes, responsáveis pelos executivos municipais, entenderem a importância da profissão e a nós, direção das entidades, a responsabilidade de não deixar cair no esquecimento o ocorrido, conscientizando e cobrando dos gestores públicos o exercício do nosso real papel que é atender a sociedade.
Daniel Amor
Presidente do SASP